25 setembro 2006

Adeus à Johnson

A multinacional norte-americana Johnson Controls vai encerrar duas das três fábricas que detém em Portugal, no segmento de equipamentos interiores para automóveis. Em causa estão as unidades de Nelas, no distrito de Viseu, e de Portalegre. Cerca de 1.000 postos de trabalho, segundo fonte ligada ao processo.

A decisão deverá ser tornada pública durante esta semana, altura em que os responsáveis máximos da multinacional norte-americana chegarão a Portugal para consumar este encerramento, soube o Jornal de Negócios
In Jornal de Negócios

Mais uma que encerra na nossa zona, mas verdade seja dita, não querendo parecer “politicamente incorrecto”, já poucos Portalegrenses lá trabalhavam, eram sobretudo cidadãos de leste que se submetiam à tortura daquele local, mas infelizmente são mais 300 pessoas que vão perder o emprego, isso sim é que preocupante. Já agora, depois de desmantelada a fabrica, o que ira acontecer ao lote de terreno? Teve a Câmara de Portalegre o cuidado de salvaguardar que depois de falidas as empresas devolvam os lotes ao município? Parece-me que teremos de certeza mais um monte de sucata a servir de bilhete-postal

8 comentários:

Anónimo disse...

Esta é de me deixar de rastos. Infelizmente não é nada que não se pudesse prever, dado o carácter volátil deste tipo de investimentos. Um tipo sentado num cadeirão nos EUA é que decide o futuro de umas centenas de familias. Espero sinceramente que na medida do possível se tomem decisões que tornem isto reversível e que salvaguardem as familias. E já agora Sr. Cáceres, se algo de mal acontecer, desta vez seja claro a negociar, e não se esqueça que o mais importante são as pessoas de Portalegre, e não os negócios imobiliários promovidos pela CMP.

Anónimo disse...

Péssima notícia para Portalegre (a confirmar-se), é uma fábrica onde trabalham muitos portalegrenses e não é local de tortura, mas não dá para dormir em serviço é verdade.

Vencimentos acima da média e sempre em dia é o que esta fábrica sempre ofereceu.

Centenas de famílias da nossa zona puderam pensar em investir num carro, numa casa, através da estabilidade financeira que a fábrica oferece (e espero que continue a oferecer).

O mercado onde se insere é extremamente competitivo e atravessa um mau momento a nível mundial, isto aliado à perda de alguns negócios fundamentais assim como o decréscimo verificado na indústria autmóvel na peninsula ibérica podem levar a este desfecho.

No entanto, vamos esperar que se altere o rumo, e cá possa continuar porque faz falta.

Dado que a Robinson já declarou falência, ficávamos reduzidos à Hutchinson e à Selenis. É mau demais para ser verdade, é bom que os políticos da zona encontrem já novos investimentos para a cidade!!

menir disse...

Fiquei azul quando soube a noticia... Seo espero que o "adeus" não lhes seja fácil.

Anónimo disse...

O Governo ainda não desistiu da Johnson Controls mas o presidente da Câmara de Portalegre, Mata Cáceres, diz que não há volta a dar.

"Já desde ontem que eu tinha a noção que era irreversível. Essa mesma irreversibilidade já foi transmitida a quem de direito a nível do Governo, nomeadamente ao secretário de Estado da Indústria, com quem a pessoa que esteve a falar connosco esteve a falar imediatamente antes e, portanto, todos nós temos a noção de que tudo isto é assim e não há nada a fazer", disse.

É um diplomata optimista este nosso presidente.

Anónimo disse...

Vergonhoso o comportamento deste senhor. Se todos se comportassem como ele, a Auto Europa já estava fechada. È tão mexido para os negócios com imóveis e afins, e para isto resigna-se com tanta facilidade. O rei do bluff está ai, para lavar e durar.

Anónimo disse...

O Sr. Cáceres no decorrer da campanha eleitoral disse que preferia muitas pequenas empresas, que empregassem meia dúzia de pessoas, pois se alguma fechasse não se notaria tanto o impacto, coisa que vai acontecer com o encerramento da Johnson. Será que o Sr. Cácers já sabia de alguma coisa e não disse nada? ou foi pura premonição?! Não acredito em bruxas mas...

A propósito. Srs. Cáceres e Pais (o do NERPOR) façam o vosso trabalho de forma correcta ou se não querem ajudar pelo menos não empatem e deixem o lugar para outros que façam melhor, pois de quem sabe mais já andamos fartos!...

Anónimo disse...

Essa das empresas pequenas que ele queria, so revela a sua .... pequenez. Agora temos uma grande zona industrial para onde se vão mudar stands e empresas já existentes em Portalegre, e que obviamente não vão criar mais postos de trabalho. Que bela estratégia ... A máscara do dinamismo vai cair uma vez mais.

Anónimo disse...

O desemprego tem poiso certo. Aparece ao início da tarde e toma conta de todos os bancos do Rossio de Portalegre. "Às vezes canso-me de ver sempre as mesmas caras e ter as mesmas conversas", desabafa Francisco Barata. Nessas alturas, dá por ele a pensar que poderia ter partido em 2003, quando a fábrica de tecidos Lanifícios faliu e deixou 500 operários sem trabalho. Agora que a Johnson Controls anunciou o fecho da unidade para Agosto de 2007, os que se deixam ficar pela praça central da cidade temem que a história deles se repita com os 225 funcionários da multinacional americana.

Quem passou pelo desemprego sabe que só existe uma alternativa. "Aqui não há nada para fazer", avisa o alentejano de 56 anos. Por isso, quando um "homem de Portalegre" perde o posto de trabalho, sobra-lhe a "coragem para deixar a terra", explica o antigo ajudante de tecelão da Lanifícios. É coisa que nem ele nem os ex-colegas fizeram: "Fui ficando não sei bem porquê."

Nos primeiros meses, Joaquim Dias ainda procurou uma oportunidade nos concursos públicos da câmara municipal, na fábrica da borracha Hutchinson, na corticeira Robinson e na Johnson Controls: "Nunca me chamaram." Esgotaram-se as opções. Desistiu de ter casa própria e acabou por habituar--se ao quarto sem janela que a mãe guardou para ele.

O resto do tempo foi gastando frente à televisão, no balcão do café ou na Praça do Rossio: "Se fosse mais novo teria tentado a sorte noutro lugar, mas com 48 anos quem é que

Diário de Notícias - Kátia Catulo